segunda-feira, 4 de abril de 2011

O "Arauto da Destruição". Meta-game

Bom dia a todos.

Espero que isso posso ajudá-los a compreender a aprimorar o seu jogo com este relato de minhas experiências nas quais pude perceber que uma das coisas que mais destrói a imersão em um jogo de RPG é o "meta-game", que essencialmente é um personagem pensando como um jogador e um personagem sabendo do que o jogador sabe e que ele nao teria razão nenhuma "in-game" para saber.

Um exemplo disso seria um personagem fazer, a beira de um precipício em um corredor de única via pensar; "tem que haver uma alavanca do outro lado do precipício pois o mestre não colocaria um desafio que não pudesse ser transposto", quando que como personagem, uma ação mais adequada e interpretativa poderia ser declarar: "tendo chegado a um beco sem saida e não totalmente convencido que não há como progredir, farei um exame detalhado do local a fim de encontrar alguma passagem ou meio de crusar o percípicio", dai então declarar como jogador e não como personagem, o uso da habilidade pertinente para tanto.

Outro exemplo seria o personagem, possuidor da habilidade conhecida como "equilibrium" no sistema Star Wars Saga Edition declarar que vai usar a habilidade "equilibrium" para recuperar seu "condition track", quando um meio mais interpretativo de se fazer isso poderia ser dizer: "me concentrarei na Força para buscar aquela reserva de forças adicional para derrotar meu inimigo", dai então declarar, como jogador e não como personagem, o uso da habilidade em questão.

Ou seja, o personagem parou de atuar como um personagem e passou a pensar como um jogador pensando na mecânica do jogo.

Este tipo de comportamento tende a minar a tensão do jogo e diminuir consideravelmente a imersão dentro do jogo por parte dos personagens, tornando o que poderia ser um jogo muito interessante em uma sessão de discussão mecânica ou então em um jogo de bingo, quando o que é discutido são números de checagem e ataques e habilidades diversas.

Embora existam grupos que não vejam problema algum com este tipo de comportamento, em nosso grupo este tipo de atitude tende a diminuir a diversão consideravelmente, visto que boa parte da trama e tensão da sessão é perdida.

Um dos melhores jeitos de se lidar com isto é também o mais simples, com uma boa conversa e que se acerte antes de se começar uma aventura e/ou campanha a quantidade de tolerância que se terá com este tipo de comportamento e a quantidade de imersão na história que se deseja ter.

Um outro jeito, porém muito mais infantil e "tosco" seria se adotar um sistema de penalidades quando este tipo de comportamento não é aceitável, embora este tipo de ação em geral só seja cabível em grupos onde existam jogadores extremamente imaturos ou desinteressados.

Porém, lembremos também que cabe ao mestre fornecer uma aventura excitante e interessante aos jogadores uma vez que ele exija um nível de interpretação mais elevado por parte dos personagens, assim em geral já previnindo em grande parte o pensamento de "meta-game".

Um abraço a todos:

GM Leandro "Terrorista" Nogueira Devezza

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