Nossos primos, os card gamers, pt. III

Retirado da Wikipedia, a enciclopédia livre (http://pt.wikipedia.org/wiki/Role-playing_game, visitada no dia 30 de Julho de 2011, às 23:51)

"Role-playing game, também conhecido como RPG (em português: "jogo de interpretação de personagens"), é um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar.

Os RPGs são tipicamente mais colaborativos e sociais do que competitivos. Um jogo típico une os seus participantes em um único time que se aventura como um grupo. Um RPG raramente tem ganhadores ou perdedores. Isso o torna fundamentalmente diferente de outros jogos de tabuleiro, jogos de cartas colecionáveis, esportes, ou qualquer outro tipo de jogo. Como romances ou filmes, RPGs agradam porque eles alimentam a imaginação, sem no entanto limitar o comportamento do jogador a um enredo específico."

Vamos destacar agora:

"Um RPG raramente tem ganhadores ou perdedores. Isso o torna fundamentalmente diferente de outros jogos de tabuleiro, jogos de cartas colecionáveis, esportes, ou qualquer outro tipo de jogo."

 Vejamos mais uma vez, no replay:

"Isso o torna fundamentalmente diferente (...)"

Sim meus anjos, diferente.

Como vocês devem se lembrar dos meus outros posts, sim, vamos tratar novamente da utilização do espaço Mestre do Jogo do CCSP (ex-CCV). Sim, porque ele continua sendo utilizado inadequadamente. Por quê inadequadamente, vocês perguntam. Porquê embora algumas coisas sejam parecidas, elas não SÃO a mesma coisa simplesmente.

Como de praxe, esse assunto vive denovo cada vez que, por ventura, algumas pessoas simplesmente desrespeitam o quase que sagrado direito adquirido, com muito sangue e suor, do uso de 5 mesinhas e suas respectivas cadeiras, para uso dos RPGistas. Hoje, mais uma vez, nossos amados primos card gamers estavam lotando o espaço, mas hoje queríamos entrar no mérito da questão de discutir porquê alguém deveria ceder espaço para nós. Foi no mínimo... hmmm.... espirituoso ouvir que "Card Game também é RPG". Gostaria de saber que tipo de personagem as pessoas interpretam jogando - no caso - Yu-Gi-Oh!

Gente, sério mesmo?

Mesmo mesmo?

O pior de tudo é ouvir, de pessoas que nem sabem do esforço que outras pessoas realizaram para a existência daquele espaço, pelo menos 10 argumentos diferentes sobre porquê eles deveriam estar ali, em nosso lugar. Argumentos que eu ficaria muito feliz se eles tivessem dedicado para a colaboração na existência do espaço, e sua respectiva manutenção. Contudo, como de praxe na nossa cultura, as pessoas estão sempre atravessando os direitos uns dos outros, no maior estilo vou fazer com os outros antes que façam comigo. É triste, mas é a verdade.

Existem poucas saídas para que o uso do espaço, efetivamente, funcione. Claro, sem depender, em absoluto, do bom senso das pessoas, já que essa coisinha sem importância na vida e na convivência social está, aparentemente, em falta. De fato, explicar para os guardas do CCSP o que é ou o quê não é RPG está fadado a se tornar um "he said, she said" entre RPGistas e Card Gamers, então uma solução possível é explicar para a direção do CCSP o que é e o que não é, para que eles repassem para seus funcionários e para a nossa amiga, a placa vermelha e branca, pra não deixar espaço para dúvidas ou interpretações dúbias.

Outra saída é chegar à um acordo com as pessoas: RPGistas aqui no x, Card Gamers no dia y. Isso pode dar certo, mas depende muito também daquela coisinha que está em falta, o bom senso, então não considero realmente uma solução válida. Talvez comecemos a ouvir porque o Domingo é Sábado ou porque o Sábado é Domingo, e resta a questão dos feriados no meio disso, o que complica as coisas consideravelmente. 

Em último caso, o mais simples a fazer seria sugerir a dissolução do espaço, já que está tudo a deus dará mesmo. Assim, não haverão mais estudantes descontentes ao serem retirados das mesas que eles invadiram dentro de um espaço cercado, ou card gamers argumentado que eles interpretam muita coisa enquanto mudam suas cartas para o modo de defesa ou ataque, ou descem algumas manas para colocar no campo mais um monstro.

Agora, por quê diabos se estressar tanto assim com isso?

O espaço está lá.
A pergunta deveria ser "Por quê diabos NÃO se estressar tanto assim com isso?"

Quando você deixa o agradável conforto de seu lar num Sábado chuvoso, para jogar RPG com seus amigos naquele espaço reservado do CCSP (que você sabe que é reservado e usa ele justamente por certeza de que ele estará lá), você simplesmente espera que ele esteja lá, nos conformes. E se ele não estiver, você espera que alguém ou algo possa deixá-lo assim. Você não saiu do agradável conforto de seu lar num Sábado chuvoso, para jogar RPG com seus amigos no CCSP, para se deparar com a falta de respeito e bom senso alheios, para então ser obrigado a mudar seus planos, extender a caminhada e perder algum tempo do que poderia ter sido de jogo e risadas buscando um novo espaço. Ninguém sai de casa num final de semana para se estressar de graça, ponto. Ninguém sai de casa num final de semana para discutir por esporte. Ter sua diversão, seu momento sagrado de alienação interrompido, é algo extremamente desagradável para qualquer um. Concordo que é extremamente enfadonho ter que deixar o local em que estou em função de outra pessoa... mas, é por isso mesmo que eu evito, percebem? A partir do momento em que você fere o direito de alguém, fique pronto para ter seu "direito" ferido.

Por hora, é só.
Espero que, no futuro, quando eu tiver de escrever um "Nossos primos, os card gamers, pt. IV", seja para discorrer sobre a educação extrema das pessoas que encontramos no espaço reservado e que sairam prontamente, sem nem mesmo termos de pedir pela intervenção de qualquer funcionário do CCSP.
Talvez vocês devam torcer por isso também.